Entrevista: um novo conceito de bairro

Jhonny Rother fala sobre o projeto do Bairro Vinhedos, que une tecnologia, sustentabilidade e um combo de diferenciais em uma área próspera e inovadora

Primeiro bairro planejado da região do Santa Rosa, uma das áreas mais nobres de Cuiabá, o Vinhedos chega trazendo um novo conceito de moradia, área comercial e, principalmente, de qualidade de vida. Baseado no conceito das “smart cities”, o bairro entrega o que há de mais inovador no urbanismo que, a cada vez, busca implementar as bases da sustentabilidade, em respeito ao meio ambiente, mas usando a tecnologia a favor, seja para a segurança ou para a comodidade de quem usufrui do espaço.

Todos os empreendimentos do Bairro Vinhedos foram pensados para proporcionar segurança, privacidade, lazer exclusivo e bem-estar, com vantagens tanto aos moradores quanto à população ao entorno, além de, claro, valorizar a região, entregando uma infraestrutura nunca vista na cidade. Este é mais um empreendimento da Abitte Urbanismo, com forte consolidação no setor de incorporações e construções imobiliárias, assinado pelo escritório Rother Arquitetura, tendo o arquiteto Jhonny Rother à frente do projeto, com quem nós tivemos um bate-papo sobre os diferenciais e as expectativas para o futuro bairro.

O bairro Vinhedos compreende diversos empreendimentos (condomínios residenciais verticais, horizontais, lotes empresariais etc.). Quais aspectos foram levantados e levados em consideração para definir suas posições e criar uma infraestrutura harmônica e estratégica?

Para o uso de cada um desses lotes, do lote horizontal ou vertical, a gente leva muito em consideração o que a legislação nossa permite. No caso de Cuiabá, nós temos uma legislação em que a infraestrutura existente na rua vai definir os índices do lote, então, por exemplo, para eu verticalizar ou adensar mais um lote, ele vai ter que estar de frente para uma via com uma infra de qualidade – uma avenida, no nosso caso aqui, estrutural ou principal . Outro ponto também é uma questão de localização. A gente definiu algumas centralidades, algumas áreas, alguns cruzamentos, algumas rotatórias de avenidas que entendemos que vão ter esta característica de comércio com residência mais adensada, vertical. No caso dos lotes industriais, ou eu estou chamando de comercial de grande porte, nós temos um Rodoanel próximo de lá, uma via também estruturante do município, que é um grande contorno aqui da cidade de Cuiabá, e a gente optou em aproximar, deixar próximo essa centralidade mais industrial de um comércio mais de grande porte a esse Rodoanel. A gente sabe também que, ao longo dos anos, está para sair uma ponte, da continuação desse Rodoanel ligando até a BR-163. Com isso, levamos em consideração todo o fluxo da região para poder locar estes diversos usos.

Num bairro planejado, o princípio da sustentabilidade é você tentar equilibrar a questão econômica, a questão social e a preservação do meio ambiente.

O Vinhedos está aí para provar que é possível planejar um bairro usando os princípios da sustentabilidade e, ao mesmo tempo, ter a tecnologia como aliada. Como fazer esta união funcionar sem entrar em conflitos?

Num bairro planejado, o princípio da sustentabilidade é você tentar equilibrar a questão econômica, a questão social e a preservação do meio ambiente. Criar neste tripé, neste triângulo de importância, um equilíbrio, diminuir estas distâncias todas para que a gente possa atingir um objetivo maior. Você preservar os recursos naturais seria a ideia de quase que um bairro autossustentável. A tecnologia ajuda muito nisso, a gente tem diversos sistemas e aplicações da tecnologia em todo este processo, desde a gestão dos resíduos sólidos, a eficiência energética – tanto na iluminação e na distribuição de energia –, até o reaproveitamento dos recursos naturais. A gente pode utilizar a tecnologia para isso, e para a mobilidade urbana, interna, e integrando este bairro com a infraestrutura da cidade e do entorno. Quando a gente consegue equilibrar tudo isso, e usando a tecnologia, nos aproximamos muito desta tão sonhada sustentabilidade.

A cada dia, tem se dado mais valor à sustentabilidade e isso é perceptível nos projetos de urbanismo. O que torna o Vinhedos sustentável?

O Vinhedos vai se tornar sustentável à medida que a gente vai implantando todas estas medidas que nós falamos. Mas o que torna ele sustentável é isso, todas estas ações que estão sendo tomadas para garantir esta infraestrutura de coleta de lixo, da distribuição de água, dos sistemas de drenagem, dos sistemas de tratamento do esgoto. Estas práticas todas, em conjunto, vão gerar a qualidade ambiental deste bairro.

Quais são as principais inovações no Vinhedos e as expectativas para os futuros moradores quanto à infraestrutura e ao que o bairro tem a oferecer?

Eu diria que o conceito de smart city, que é você embarcar a tecnologia no bairro, melhorando os sistemas viários, melhorando a inteligência do bairro como um todo, conectando as pessoas, compartilhando informação… Esse é um grande diferencial que vamos ter no bairro. Quando digo compartilhar informação, é através de aplicativos que disponibilizaremos, nos quais você pode desde estar na sua casa e olhar, através do celular, as câmeras distribuídas no bairro, para conferir, por exemplo, se tem gente jogando nas quadras de beachtenis, no parque. Você vai poder, inclusive, marcar horário para jogar nesta quadra de beach, ou olhar a temperatura, o clima, se está chovendo, porque nós teremos estes sensores que são colocados junto à câmera. Um funcionário, colaborador, que trabalha no bairro, num determinado comércio, e vem de ônibus, da cidade, ao descer do ônibus, poderá pegar uma bicicleta, desbloqueá-la no bicicletário através de um aplicativo e deixá-la num outro ponto. Quando ele estiver voltando para pegar o ônibus, poderá também, no aplicativo, ver se este ônibus está chegando ou não, e qual a proximidade dele. Então são diversos sistemas de controle no conceito de smart city que a gente está embarcando tecnologia, no sistema de transporte, de circulação, queremos gerar esta inteligência para todos serviços e usos do bairro.

O conceito de smart city, que é você embarcar a tecnologia no bairro, melhorando os sistemas viários, melhorando a inteligência do bairro como um todo, conectando as pessoas, compartilhando informação

E quanto às pessoas que podem vir a se interessar em investir em empresas e comércios no bairro, qual a perspectiva que a região dá neste ramo?

A região do Santa Rosa, onde o Vinhedos está localizado, deixa ele próximo a grandes equipamentos importantes da cidade, de shopping, de hospital, de supermercado, então, a ideia nossa é criar um bairro que tenha uma flexibilidade de usos, de zoneamento. Por isso, estamos implantando uma diversidade muito grande de empreendimentos: lotes em condomínio, condomínios edificados de casas, de sobrados, o vertical para residencial, estas centralidades para colocar comércio, comércio pesado também. Seria quase que um bairro de logística que a gente quer colocar ali. Portanto, o investidor vai ter um cardápio farto para investimento, podendo desde comprar um apartamento ou uma casa num determinado condomínio edificado a uma sala comercial em alguns centros comerciais, sendo assim, o investimento vai poder acontecer em diversos produtos.

O bairro contará com um sistema multimodal. Qual o conceito disso e de que maneira ele contribui para a mobilidade urbana?

É quando você disponibiliza para o cidadão, para a população, uma diversidade de formas de circulação, desde a locomoção do pedestre, da bicicleta, do ônibus, dos táxis até carros de aplicativos. No caso de Cuiabá, no Rio Cuiabá, hoje já existem projetos de implantação de sistemas de barcas, que é um outro modal, o hidrotransporte. Portanto, esta é a ideia, no Vinhedos, a gente também busca isso de deixar espaços específicos para o pedestre caminhar, as ciclovias e ciclofaixas, além das trilhas para bicicleta. Mas como eu disse anteriormente, a ideia do multimodal é o cidadão poder sair da casa dele de ônibus, descer no ponto de ônibus, lá no Vinhedos, a gente vai disponibilizar bicicletas – que é um segundo modal – para que ele possa usá-la para ir trabalhar. Daí, ele deixa a bicicleta perto do trabalho, caminha um pouco… essa é a definição do sistema multimodal. A bicicleta é um dos modais muito importante nesse processo. Primeiro porque tem muito mais a ver com o meio ambiente, com a saúde do cidadão, é silenciosa, econômica, não gasta energia. Então, esses sistemas têm se proliferado em todos os países.

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