Smart cities: cidades conectadas

Londres, Inglaterra
LONDRES, A PRINCIPAL SMART CITY DO MUNDO

Com o uso estratégico da tecnologia, as Smart Cities trazem melhorias à infraestrutura e à mobilidade urbana, entregando soluções sustentáveis e inteligentes aos moradores

Quando a tecnologia se torna aliada da sustentabilidade, é sinal de que o futuro chegou. E chegou para mudar a maneira de se locomover, de se conectar e de se relacionar com o ambiente e com a natureza. Esse é, na verdade, o conceito por trás de toda a sinergia que movimenta as Cidades Inteligentes, as Smart Cities.

Mas afinal, o que é uma Smart City?

É uma cidade cuja dinâmica está baseada no uso estratégico e integrado da infraestrutura e dos sistemas de informação para criar fluxos voltados ao desenvolvimento sustentável. Resultado: preservação do meio ambiente e mais qualidade de vida para as pessoas.

Algumas cidades do mundo fizeram essa opção para melhorar questões como: mobilidade, segurança, aspectos relacionados à gestão e até mesmo acesso à informação. Na outra vertente dessa iniciativa, está a busca por recursos limpos e renováveis para minimizar os impactos negativos do atual modelo energético mundial.

Em outras palavras, mais do que uma questão meramente ambiental, o mundo vive às voltas com a escassez progressiva das fontes naturais de energia e a busca por soluções é um dos eixos de atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) em compromisso firmado por 193 líderes mundiais em 2015, na Cúpula das Nações Unidas, em Nova York.

Algumas Smart Cities pelo mundo

De acordo com o estudo IESE Cities in Motion Index (CIMI), realizado pela Business School da Universidade de Navarra na Espanha, milhares de cidades pelo mundo já implementaram iniciativas de autossustentabilidade e conectividade.

Em Copenhague, na Dinamarca, o projeto do governo integra eletricidade e aquecimento a partir do uso de energias renováveis. Por lá, os prédios têm eficiência energética e os meios de transporte são, na maioria, elétricos. Além disso, uma das principais formas de locomoção é a bicicleta.

As bikes também são o meio de transporte preferido em Amsterdã, na Holanda. A ampla infraestrutura cicloviária e a cultura de transporte urbano de baixa emissão de carbono – metrô, ônibus elétrico, barcos e veículos leves sobre trilhos – sustentam o projeto de zerar a emissão de gases poluentes no setor.

No continente americano, São Francisco, nos Estados Unidos, é um dos melhores exemplos quando o assunto é reciclagem. Atualmente cerca de 80% dos resíduos produzidos por empresas e residências são obrigatoriamente reciclados ou compostados. As autoridades municipais também estão empenhadas na redução da emissão de carbono com programas de deslocamento sustentável, benefícios de carona solidária, incentivos fiscais e estações de abastecimento para carros elétricos.

São Francisco, nos Estados Unidos, é um dos melhores exemplos quando o assunto é reciclagem.
São Francisco, nos Estados Unidos, é um dos melhores exemplos quando o assunto é reciclagem.

E pelo Brasil

Em terras brasileiras, a cidade de São Paulo é destaque no Ranking Connected Smart Cities 2020, desenvolvido pela consultoria Urban Systems. Segundo o levantamento, a capital paulista se destaca em mobilidade e acessibilidade, especialmente pela diversidade dos modais existentes.

No ranking da consultoria, o segundo lugar ficou com Florianópolis (SC), seguida por Curitiba (PR), Campinas (SP) e Vitória (ES). Em sexta colocação está São Caetano do Sul (SP), seguida por Santos (SP), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), e Belo Horizonte (MG).

O estudo confirma que também as cidades brasileiras estão buscando o caminho da conectividade entre todos os setores. Uma das capitais pioneiras nessa trajetória é Curitiba, no Paraná. Além de ser um dos municípios mais arborizados do país, investimentos em projetos como tratamento dos resíduos e melhorias no sistema de transporte público ganharam a simpatia popular e reconhecimento nacional.

Projetos inovadores, como o empreendimento Vinhedos, no coração de Cuiabá, é outro destaque neste cenário. O bairro possui um planejamento totalmente smart com ciclofaixas e eletroposto, sistema inteligente de coleta de lixo, projeto inovador de segurança e uma vasta área verde em uma região estrategicamente escolhida para reduzir deslocamentos.

As dimensões de uma Smart City

O estudo da Universidade de Navarra confirma que cada vez mais os modelos atuais de governança dos municípios têm incorporado estratégias e processos voltados para ações sustentáveis adequadas às realidades regionais. Para mensurar esse engajamento, o levantamento considera uma série de dimensões estruturais que funcionam interligadas.

Meio ambiente

Nesta dimensão, os projetos são voltados para iniciativas antipoluição, como a construção de edifícios verdes, gestão eficiente de água e resíduos, bem como a adoção de políticas que ajudem a combater os efeitos das mudanças climáticas.

O “pensar verde” inclui cuidados com o planejamento urbano em aspectos como a redução da poluição e da emissão de carbono, saneamento ecológico de esgoto, programas de reciclagem de resíduos, além da economia e busca por modos alternativos de energia.

Amsterdã, um grande exemplo de Smart City e sustentabilidade
Amsterdã, um grande exemplo de Smart City e sustentabilidade

Mobilidade

Este, na verdade, é um dos desafios que as grandes cidades já estão enfrentando e a maior parte dos programas desta área contemplam a questão da agilidade e facilidade nos deslocamentos.

Neste escopo, as propostas passam tanto pela infraestrutura na construção de rotas e sistemas que ajudem a mobilidade, como no incentivo na utilização de veículos alternativos e oferta de transportes públicos que atenda adequadamente a demanda de circulação de pessoas. Daí o papel importante das bicicletas neste cenário: um meio de transporte rápido, econômico, saudável e amigo do meio ambiente.

Economia

Esta dimensão inclui os aspectos que envolvem a economia local, planos de desenvolvimento e de transição, propostas de inovação e iniciativas empreendedoras.

A ideia é mais simples do que parece: fomentar o empreendedorismo e incentivar iniciativas das empresas, gerando oportunidades e novos negócios.

Os novos métodos de planejamento urbano devem se concentrar na criação de cidades compactas e bem conectadas com serviços públicos acessíveis.

Capital humano

Proporcionar acesso à cultura e à educação é a melhor maneira de manter uma Smart City viva. Na medida em que as pessoas são mais conscientes do seu papel social e têm mais oportunidades de aprendizado, aspectos como cooperação e corresponsabilidade passam a fazer parte da mentalidade smart.

A qualidade, a disponibilidade e o acesso aos serviços públicos também contribuem para a qualidade de vida e para o desenvolvimento do capital humano.

Planejamento urbano

Além de optar pelo crescimento inteligente, os governos precisam considerar os planos diretores locais e os projetos de áreas verdes e demais espaços de uso público para melhorar a habitabilidade.

Os novos métodos de planejamento urbano devem se concentrar na criação de cidades compactas e bem conectadas com serviços públicos acessíveis.

Tecnologia

O acesso à informação atualmente é mandatório para as cidades inteligentes. Embora não seja o único aspecto importante, as tecnologias da informação e comunicação são parte da espinha dorsal de qualquer sociedade e referências de qualidade de vida.

Some-se a isso, o fato de que o desenvolvimento tecnológico é fundamental para as demais questões como sustentabilidade, sistemas de inteligência de mobilidade, novas metodologias de ensino, produtividade e, consequentemente, para a economia.

Viver smart

Sim, os próximos anos serão de grandes transformações. Cada vez mais ouviremos falar de projetos de energia limpa, reciclagem inteligente, sistemas que melhoram a mobilidade urbana, compartilhamento, conectividade e integração.

Além da infraestrutura adequada, veremos mudanças na forma de ser e de se relacionar dos cidadãos, já que uma cidade inteligente desperta o pensar inteligente com pessoas comprometidas e empenhadas em melhorar o lugar em que vivem.

As 10 principais Smart Cities do mundo

Com base nessas e em outras dimensões, o estudo CIMI elaborou um ranking com as cidades que mais se destacaram em 2020.

Liderado por Londres, Nova York e Paris, o levantamento considera a situação das cidades em termos de sustentabilidade e qualidade de vida de seus habitantes, tanto no momento atual, quanto nas projeções futuras. Neste ranking, São Paulo aparece na 123ª posição.

  • 1. Londres (Reino Unido)
  • 2. Nova York (Estados Unidos)
  • 3. Paris (França)
  • 4. Tóquio (Japão)
  • 5. Reiquiavique (Islândia)
  • 6. Copenhage (Dinamarca)
  • 7. Berlim (Alemanha)
  • 8. Amsterdã (Holanda)
  • 9. Singapura (Singapura)
  • 10. Hong Kong (China)

 

  1. Londres – Reino Unido
  2. Nova York – Estados Unidos
  3. Paris – França
  4. Tóquio – Japão
  5. Reiquiavique – Islândia
  6. Copenhage – Dinamarca
  7. Berlim – Alemanha
  8. Amsterdã – Holanda
  9. Singapura – Singapura
  10. Hong Kong – China
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