Mobilidade urbana tem sistema multimodal como solução

Mobilidade urbana tem sistema multimodal como solução

Com implantação de smart cities, esquema integrado e sustentável de transporte, atende às necessidades de deslocamento da população

O sistema multimodal é a grande solução apresentada atualmente para diminuir os problemas para quem transita por grandes cidades. Questões como preço e qualidade do transporte público, engarrafamentos nos horários de maior movimento, a qualidade das vias, o desrespeito no trânsito, as grandes distâncias, entre outras, fazem da mobilidade urbana um dos grandes desafios a ser superado, no objetivo de melhorar a qualidade de vida nas metrópoles do Brasil e do mundo.

Com 7 bilhões de pessoas vivendo no planeta Terra, a estimativa é de que 70% da população esteja morando em áreas urbanas até 2050, o desenvolvimento das chamadas “cidades inteligentes” – ou smart cities – apresenta-se cada vez mais necessário.

As smart cities procuram sanar, entre outras questões das grandes cidades, os problemas de mobilidade urbana e suas consequências como aumento da poluição da atmosfera, sobrecarregamento do espaço urbano, aumento do índice de acidentes e mortes no trânsito etc.

A utilização do sistema multimodal na modalidade urbana é uma tendência mundial no século 21.

O que é sistema multimodal?

O termo ficou conhecido com o transporte multimodal de cargas, quando uma entrega de mercadorias é realizada logisticamente, utilizando-se de vários meios de transporte terrestres, aéreos e aquáticos.

A utilização do sistema multimodal na modalidade urbana é uma tendência mundial no século 21. Ela é a combinação da possibilidade de várias formas de transportes, atendendo, assim, às necessidades de deslocamento das pessoas, dos pontos de origem aos de destino. A ideia é diminuir as disparidades e ter um acesso mais igualitário ao transporte público, fazendo-o mais integrado e sustentável.

É fácil entender os benefícios do multimodalismo. Imagine ir até o centro da cidade com uma bicicleta disponível no bicicletário do bairro Vinhedos e retornar dirigindo um carro compartilhado por aplicativo, por exemplo.

Iniciativas

Arquiteto à frente do escritório responsável pelo projeto do Bairro Vinhedos, Jhonny Rother explica que em várias intervenções urbanísticas ao redor do mundo, o transporte por carro tem ficado em segundo plano em favor do uso de bicicletas na locomoção.

“Tem muito a ver com a preocupação com o meio ambiente, é mais saudável, é silenciosa, econômica, não gasta energia. Estes sistemas têm se proliferado em todos os países. São Paulo também está com diversas iniciativas, transformando as antigas pistas de caminhada, com compartilhamento de bicicleta, de patinete elétrico”, ressalta.

Os aplicativos e a tecnologia ajudam muito. Há cidades em que é possível circular usando diferentes modais, pagando somente um ticket

Desafios

Rother analisa que há grandes desafios na criação de sistemas de integração multimodais, com a disposição destas ferramentas de forma equilibrada e inteligente para o cidadão. “Os aplicativos e a tecnologia ajudam muito. Há cidades em que é possível circular usando diferentes modais, pagando somente um ticket”, explica.

Ele também destaca as complexidades de cada cidade para a implementação do sistema multimodal, com soluções urbanísticas que variam muito, com a influência de questões como topografia e temperatura.

“Em Cuiabá, por exemplo, nós temos um calor muito forte. Quando pensamos numa ciclovia, numa ciclofaixa ou num passeio para o pedestre, é necessário, juntamente, pensar a questão do paisagismo, para que possamos garantir a melhor qualidade para quem estará naquele sistema de transporte”, afirma o arquiteto.

Mudança necessária

O problema do transporte urbano atinge boa parte da população. De tal modo que, segundo a pesquisa “Mobilidade da População Urbana” (disponível no link), da Confederação Nacional do Transporte e Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o assunto da mobilidade urbana é visto como o quarto mais necessário a ser resolvido pelos moradores das grandes cidades, atrás apenas de segurança, saúde e desemprego.

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