Tássia Martins: do design de interiores a arquitetura hospitalar

Tássia Martins: do design de interiores a arquitetura hospitalar

Para arquiteta cuiabana Tássia Martins, compreender as necessidades do cliente é a melhor maneira para direcionar o projeto e superar as expectativas

A arquitetura já estava no destino desde criança, época em que Tássia Bezerra Martins “brincava de fazer projetos”. Nascida em São Paulo, ela se mudou ainda bebê com a família para Cuiabá e relembra que a paixão por desenhar surgiu na época escolar, em que participou de inúmeros concursos de artes plásticas. Quando surgiu o momento de escolher a carreira a seguir, ela não titubeou.

Arquiteta e design de interiores, Tássia se formou em 2013 pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), com pós-graduação em Design de Interiores, pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), em Interiorismo, em Madrid, na Espanha, e em Arquitetura Hospitalar, em São Paulo, pelo Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC).

A arquiteta, hoje em dia, está à frente do escritório Tássia Martins Arquitetura, e os projetos, como se pode observar pela lista de cursos de pós-graduação, são os mais variados, sempre realizados com a atenção e o profissionalismo necessários. “A melhor forma de compreender o que o cliente espera é um briefing sincero e bem-feito, pois através dele podemos direcionar o projeto de modo a superar as expectativas”, afirma.

Como você se interessou em fazer o curso de Arquitetura? Você tem alguma lembrança de infância no sentido de gostar de assuntos como casa ou decoração?
Sempre gostei de desenho e artes plásticas. Fiz aulas de pintura e constantemente participava de concursos na escola. Quando meus pais resolveram fazer um projeto para nossa casa (eu tinha 10 anos), tive certeza de que era isso que queria. Juntava folhas A4 para formar uma “A1” e brincava de fazer projetos.

A profissão de arquiteto oferece inúmeras possibilidades e em seu portfólio é possível perceber que você transita por alguns deles, como fachadas residenciais e design de interiores. Qual dessas atividades dentro da profissão é sua preferida?
Hoje atuo mais na área de design de interiores, mas minha paixão pela parte de projeto de arquitetura residencial é a mesma. Amo, igualmente, as duas áreas.

Em sua bio do Instagram, você destaca a Arquitetura Hospitalar como uma de suas especialidades. Quais as necessidades específicas no planejamento do edifício de uma clínica?
Projetos de clínicas e afins precisam ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), portanto devem seguir inúmeras normas específicas, que determinam desde dimensionamento mínimo do ambiente até o tipo de material que você pode aplicar em cada situação.

Há também, em uma imagem de seu portfólio, o projeto de uma sala de estar com um espaço reservado para os gatos do cliente. Isso foi um pedido ou algo notado por você como uma necessidade para os futuros moradores? Como é o procedimento de compreender o que o cliente espera do projeto?
Desde as primeiras conversas com os clientes, percebi a importância dos gatinhos para a família, mas no briefing – etapa na qual conhecemos mais o perfil do cliente e conversamos sobre todas as necessidades e expectativas para o projeto – eles pediram que eu desse uma atenção especial a eles, porém a forma que seria feito ficaria a critério do escritório. Então desenhei aquele “carrinho-bar’ especialmente para este projeto, bem como a marcenaria de outro ambiente (que ainda não postei) de modo a inserir os pets também. Acredito que a melhor forma de compreender o que o cliente espera do projeto é um briefing sincero e bem-feito, pois através dele podemos direcionar o projeto de modo a superar as expectativas do cliente, atendendo suas necessidades e disponibilidade financeira.

Quais os projetos de seu portfólio você considera que foram mais bem-sucedidos ou os mais desafiadores?
Acredito que os mais desafiadores foram os projetos de interiores do Femina Hospital Infantil e Maternidade, de Cuiabá, e do Hospital e Maternidade Santa Rita, de Várzea Grande, uma vez que são projetos de grande porte da área hospitalar.

O Vinhedos chega a Cuiabá com uma concepção inovadora, com a integração entre a sustentabilidade urbana, a segurança e a natureza. Este destaque para áreas verdes próximas a moradias é uma necessidade em Cuiabá, uma cidade conhecida por suas altas temperaturas. Como poderá ser a integração da arquitetura das residências do bairro com o que o cerca?
Como arquiteta, fico muito feliz com a preocupação da Abitte Urbanismo em desenvolver um bairro planejado que tenha como protagonista as áreas verdes. A natureza é fundamental quando falamos de qualidade de vida. A integração da arquitetura das residências com o bairro poderá se dar através do uso de materiais que estejam no contexto do entorno (gosto muito de concreto, madeira e pedras naturais) e através de um paisagismo caprichado, que valorize as espécies da região e também as integre ao projeto.

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